Biblia Católica online

Livro:
Capítulo: Ler Capítulo

padre Floris

padre Floris

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ASSESSORIA NA PASTORAL DA JUVENTUDE - alguns apontamentos de 2002

"A Assessoria aos jovens sempre foi uma preocupação da Igreja. Basta recordar o que fala Medellin em seu capítulo sobre a juventude, e Puebla em sua opção preferencial pelos jovens. E basta olhar as diferentes respostas que se foram dando, tanto na programação e realização de encontros em todos os níveis, como no surgimento de Institutos dedicados especificamente a este serviço. O tema do 9o.Encontro Latino-Americano de Responsáveis Nacionais da Pastoral da Juventude não e, pois, uma casualidade: a identidade do assessor é hoje, ainda, objeto de busca e reflexão.

(...) Neste tempo privilegiado da Pastoral da Juventude Latino-Americana parece-nos oportuno partilhar nossas experiências sobre a identidade do assessor, porque este está chamado a ser, como diz o Documento de Santo Domingo (114) 'um elemento valioso para reafirmar não só de modo afetivo senão efetivamente, uma opção concreta por uma Pastoral da Juventude orgânica, onde haja um acompanhamento e apoio real com diálogo mútuo entre jovens, pastores e comunidades'."

"A consciência que vai brotando da prática e da reflexão sobre a Assessoria na Pastoral da Juventude, e que vai crescendo, é que A ASSESSORIA DA PASTORAL DA JUVENTUDE É UM MINISTÉRIO ECLESIAL numa Igreja que, em seu coração, é ministerial, a exemplo de Cristo que "não veio para ser servido mas para servir"(Mt 20,28).

O sentido de todo ministério é a edificação eclesial inserida no mundo. Corresponde a esta comunidade anunciar e viver o Evangelho e despertar para a fé, agradecer e celebrar os sacramentos, santificando a vida, servir à sociedade, principalmente os mais empobrecidos, e contribuir para a construção da justiça e da fraternidade.

A partir deste caráter ministerial podemos dizer que o assessor da Pastoral da Juventude é uma pessoa chamada por Deus para exercer um ministério a serviço dos jovens; um ministério que é assumido como opção pessoal, e para o qual é enviado pela Igreja contando com a aceitação dos jovens."

(...)"Todo ministério na comunidade se define pelo chamado e pela missão específica que lhe é confiada.

(1) O chamado é iniciativa do Pai em Jesus Cristo: "Vem e Segue-me"(Mc10,21), farei de vocês pescadores de homens"(mc 1,18), interiorizado pelo Espírito no encontro pessoal.

(2) A missão, também é iniciativa de Deus, é um 'envio a trabalhar para a chegada do seu Reino na história"(CL 58). Específica o âmbito do exercício do ministério - os jovens - e o tipo de serviço a desempenhar entre eles - acompanha-los em seus processos de educação na fé.

Este chamado e esta missão são mediados e discernidos pela Igreja: os pastores, a comunidade local e os próprios jovens percebem juntos uma necessidade real da comunidade - neste caso, dos próprios jovens - e reconhecem a utilidade deste MINISTÉRIO.

Convém desenvolver estes dois aspectos referentes a missão.

(1) O âmbito do ministério do assessor são todos os jovens. Isso implica para o assessor:

(a) superar os limites do pequeno grupo ou dos jovens integrados na Pastoral da Juventude;

(b) sentir-se enviado, dentro do conjunto da juventude latino-americana, especialmente aos mais pobres e aos mais afastados(DSD,112);

(c) embora se fale da juventude latino-americana como um conjunto, considerar os diversos meios específicos onde os jovens se agrupam, seja por suas atividades (operários, agricultores, estudantes) seja por suas culturas (indígenas, afro-americanos) seja por suas situações de vida (migrantes, marginalizados, situações críticas);

(d) continuar especificando cada vez mais seu ministério de assessor em função do ambiente juvenil ao qual é enviado.

(2) O tipo de serviço: o assessor é enviado aos jovens para acompanha-los em seus processos de educação na fé."

"A identidade do assessor da Pastoral da Juventude, com toda a riqueza de dimensões que integra, determina também o papel do assessor, isto é, o conjunto de atitudes, funções, posicionamentos e estilos de vida e ação que põe em prática para o cumprimento de sua missão, em íntima e coerente relação com seu próprio ser e com sua própria realidade.

Sua identidade teológico-pastoral leva-o a assumir seu papel na chave ministerial; sua identidade espiritual o faz viver seu papel a partir do amor de Deus a ele e aos jovens, e com amor a Deus e aos jovens; sua identidade psicológica o leva a assumir, com maturidade, um papel de escuta, abertura, acompanhamento e encarnação; sua identidade pedagógica determina seu papel de educador com uma pedagogia de proposta e acompanhamento e não de imposição; e sua identidade social traduz-se num papel de ator na transformação da sociedade.( cf. Assessoria e Acompanhamento na Pastoral da Juventude \ Conclusões... 9o. ELARPJ \ Seção Juventude-CELAM, CCJ, 1993)

"A Igreja inteira do Continente fez uma opção preferencial pelos jovens. Esta opção significa que Deus, o Pai, fixou seu olhar neles e que nos pede que vamos a eles. Significa que nós reconhecemos o amor de Deus por estes jovens e a confiança que deposita em nós. Significa que nós aceitamos pôr nossa atenção, nossa preocupação, nosso tempo onde Deus pôs sua vontade carinhosa...

Somente podemos fazê-lo se estamos muito convencidos de que o Pai-Deus - antes que nós, quer na Igreja de seu Filho, a cada um dos jovens; se estamos convencidos de que independentemente de todas as suas características e de todas as suas deficiências, o Pai decidiu oferecer-lhes nossa Igreja para que vivam nela plenamente e trabalhem em nossa própria obra de evangelização"(D.Sijas Herbé, na apresentação do Plano da Pastoral da Juventude da Diocese de São José de Maio, Uruguai).

Nenhum comentário:

Postar um comentário