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padre Floris

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sábado, 12 de junho de 2010

“Pe. Gisley: sua vida em nossa história”


“Pe. Gisley: sua vida em nossa história”


“Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10, 15).

Junto aos comemorativos do encerramento do Ano Sacerdotal, proclamado pelo Santo Padre, também recordamos, especialmente nestes dias, a vida do Pe. Gisley na vida da Igreja do Brasil, do Setor Juventude da CNBB e, de um modo todo particular, na vida de tantos jovens.

Há um ano ele se despediu da gente, sem a gente se preparar... sem nem mesmo entender o por quê. É assim a vida. Se não nos entregarmos *de corpo e alma *por uma boa causa, ela não passa de um amontoado de anos repletos de problemas para serem administrados. Alimentar sonhos sonhados com Deus exige projetos, renúncias, sacrifícios, entrega... amor até as últimas conseqüências.

Pe. Gisley acreditou na vida; apostou nela e descobriu um caminho que vinha dos desejos de Deus: ser religioso e sacerdote para os jovens e com os jovens. Certamente não realizou tudo o que pretendia, mas é inegável que viveu apaixonadamente a causa da juventude do Brasil que Deus lhe confiara em seu ministério. *Obrigado, Pe. Gisley, por esta opção de vida!

Ao celebrarmos, neste próximo dia 15 de junho, o primeiro ano de sua ausência, convidamos a todos a renovar o amor afetivo e efetivo pelos jovens e a reconsiderar os reais projetos pessoais e eclesiais a favor deles. Esta é a melhor homenagem que podemos prestar ao Pe. Gisley neste momento de oração e memória.

*Obrigado, Senhor, pela vida do Pe. Gisley em nossa história! Quanto brilho nos olhos e quanta paz inquieta o moviam! A Igreja do Brasil, o Setor Juventude, os jovens dos quatro cantos e de todas as forças de evangelização não o esquecem e se alimentam de seus projetos e de suas ponderações.
*Obrigado, Senhor, pelos seus familiares e pela família Estigmatina que os geraram e o formaram para ser um colaborador na construção de vosso Reino. Abençoai-os!
*Renovai em nosso coração o amor por vós, Senhor, e auxiliai-nos para colocar-vos como centro de tudo, pois somente vós sois ‘o Caminho, a Verdade e a Vida’. Quando nos desviamos desta verdade, tudo se confunde e se relativiza, perde o sentido e o sabor, gera violência, desumaniza!
*Iluminai-nos em nossos projetos eclesiais para que melhor atendam, acolham, eduquem e promovam os jovens a serem vossos verdadeiros discípulos e missionários, evangelizadores privilegiados de seus próprios colegas, cidadãos cristãos a serviço da vida de todos.
*Senhor, neste momento de saudades e esperança, acendei em nós a chama do amor junto aos jovens: “É preciso resgatar no coração de todos a paixão pela juventude!”. Que este divino ardor desperte muitos jovens para o seu serviço no ministério sacerdotal e na vida religiosa. Que esta paixão provoque a criatividade e alimente a coragem de todas as lideranças juvenis e adultos na defesa da vida e dos valores dos jovens de nosso país, principalmente no combate às drogas e na luta contra uma vida desregrada e sem sentido.
*Sagrado Coração, acolhei em vosso amor infinito o nosso querido Pe. Gisley e ajudai-nos a proclamar como ele: “Chega de violência e de extermínio contra a juventude”.
Amém.

Campo Grande, 11 de junho de 2010.

Festa do Sagrado Coração de Jesus
Encerramento do Ano Sacerdotal

+ Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Bispo Auxiliar de Campo Grande, MS
e Referencial do Setor Juventude da CNBB

quinta-feira, 10 de junho de 2010

15 de Junho: 1 ano do assassinato de GISLEY

ASSESSORIA NA PASTORAL DA JUVENTUDE - alguns apontamentos de 2002

"A Assessoria aos jovens sempre foi uma preocupação da Igreja. Basta recordar o que fala Medellin em seu capítulo sobre a juventude, e Puebla em sua opção preferencial pelos jovens. E basta olhar as diferentes respostas que se foram dando, tanto na programação e realização de encontros em todos os níveis, como no surgimento de Institutos dedicados especificamente a este serviço. O tema do 9o.Encontro Latino-Americano de Responsáveis Nacionais da Pastoral da Juventude não e, pois, uma casualidade: a identidade do assessor é hoje, ainda, objeto de busca e reflexão.

(...) Neste tempo privilegiado da Pastoral da Juventude Latino-Americana parece-nos oportuno partilhar nossas experiências sobre a identidade do assessor, porque este está chamado a ser, como diz o Documento de Santo Domingo (114) 'um elemento valioso para reafirmar não só de modo afetivo senão efetivamente, uma opção concreta por uma Pastoral da Juventude orgânica, onde haja um acompanhamento e apoio real com diálogo mútuo entre jovens, pastores e comunidades'."

"A consciência que vai brotando da prática e da reflexão sobre a Assessoria na Pastoral da Juventude, e que vai crescendo, é que A ASSESSORIA DA PASTORAL DA JUVENTUDE É UM MINISTÉRIO ECLESIAL numa Igreja que, em seu coração, é ministerial, a exemplo de Cristo que "não veio para ser servido mas para servir"(Mt 20,28).

O sentido de todo ministério é a edificação eclesial inserida no mundo. Corresponde a esta comunidade anunciar e viver o Evangelho e despertar para a fé, agradecer e celebrar os sacramentos, santificando a vida, servir à sociedade, principalmente os mais empobrecidos, e contribuir para a construção da justiça e da fraternidade.

A partir deste caráter ministerial podemos dizer que o assessor da Pastoral da Juventude é uma pessoa chamada por Deus para exercer um ministério a serviço dos jovens; um ministério que é assumido como opção pessoal, e para o qual é enviado pela Igreja contando com a aceitação dos jovens."

(...)"Todo ministério na comunidade se define pelo chamado e pela missão específica que lhe é confiada.

(1) O chamado é iniciativa do Pai em Jesus Cristo: "Vem e Segue-me"(Mc10,21), farei de vocês pescadores de homens"(mc 1,18), interiorizado pelo Espírito no encontro pessoal.

(2) A missão, também é iniciativa de Deus, é um 'envio a trabalhar para a chegada do seu Reino na história"(CL 58). Específica o âmbito do exercício do ministério - os jovens - e o tipo de serviço a desempenhar entre eles - acompanha-los em seus processos de educação na fé.

Este chamado e esta missão são mediados e discernidos pela Igreja: os pastores, a comunidade local e os próprios jovens percebem juntos uma necessidade real da comunidade - neste caso, dos próprios jovens - e reconhecem a utilidade deste MINISTÉRIO.

Convém desenvolver estes dois aspectos referentes a missão.

(1) O âmbito do ministério do assessor são todos os jovens. Isso implica para o assessor:

(a) superar os limites do pequeno grupo ou dos jovens integrados na Pastoral da Juventude;

(b) sentir-se enviado, dentro do conjunto da juventude latino-americana, especialmente aos mais pobres e aos mais afastados(DSD,112);

(c) embora se fale da juventude latino-americana como um conjunto, considerar os diversos meios específicos onde os jovens se agrupam, seja por suas atividades (operários, agricultores, estudantes) seja por suas culturas (indígenas, afro-americanos) seja por suas situações de vida (migrantes, marginalizados, situações críticas);

(d) continuar especificando cada vez mais seu ministério de assessor em função do ambiente juvenil ao qual é enviado.

(2) O tipo de serviço: o assessor é enviado aos jovens para acompanha-los em seus processos de educação na fé."

"A identidade do assessor da Pastoral da Juventude, com toda a riqueza de dimensões que integra, determina também o papel do assessor, isto é, o conjunto de atitudes, funções, posicionamentos e estilos de vida e ação que põe em prática para o cumprimento de sua missão, em íntima e coerente relação com seu próprio ser e com sua própria realidade.

Sua identidade teológico-pastoral leva-o a assumir seu papel na chave ministerial; sua identidade espiritual o faz viver seu papel a partir do amor de Deus a ele e aos jovens, e com amor a Deus e aos jovens; sua identidade psicológica o leva a assumir, com maturidade, um papel de escuta, abertura, acompanhamento e encarnação; sua identidade pedagógica determina seu papel de educador com uma pedagogia de proposta e acompanhamento e não de imposição; e sua identidade social traduz-se num papel de ator na transformação da sociedade.( cf. Assessoria e Acompanhamento na Pastoral da Juventude \ Conclusões... 9o. ELARPJ \ Seção Juventude-CELAM, CCJ, 1993)

"A Igreja inteira do Continente fez uma opção preferencial pelos jovens. Esta opção significa que Deus, o Pai, fixou seu olhar neles e que nos pede que vamos a eles. Significa que nós reconhecemos o amor de Deus por estes jovens e a confiança que deposita em nós. Significa que nós aceitamos pôr nossa atenção, nossa preocupação, nosso tempo onde Deus pôs sua vontade carinhosa...

Somente podemos fazê-lo se estamos muito convencidos de que o Pai-Deus - antes que nós, quer na Igreja de seu Filho, a cada um dos jovens; se estamos convencidos de que independentemente de todas as suas características e de todas as suas deficiências, o Pai decidiu oferecer-lhes nossa Igreja para que vivam nela plenamente e trabalhem em nossa própria obra de evangelização"(D.Sijas Herbé, na apresentação do Plano da Pastoral da Juventude da Diocese de São José de Maio, Uruguai).