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padre Floris

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sábado, 5 de junho de 2010

A espiritualidade na construção da paz - Leonardo Boff


Adital -

Todos os fatores e práticas nos distintos setores da vida pessoal e social devem contribuir para a construção da paz tão ansiada nos dias atuais. Os esforços seriam incompletos se não incluíssemos a perspectiva da espiritualidade.

A espiritualidade é aquela dimensão em nós que responde pelas derradeiras questões que sempre acompanham nossas indagações: De onde viemos? Para onde vamos? Qual o sentido do universo? Que podemos esperar para além desta vida?

As religiões costumam responder a tais indagações. Mas elas não detêm o monopólio da espiritualidade. Esta é um dado antropológico de base como é a vontade, o poder e a libido. Ela emerge quando nos sentimos parte de um Todo maior. É mais que a razão, é um sentimento oceânico de que uma Energia amorosa origina e sustenta o universo e cada um de nós.

No processo evolutivo de onde viemos, irrompeu, um dia, a consciência humana. Há um momento nesta consciência em que ela se dá conta de que as coisas não estão jogadas aleatoriamente ou justapostas, ao léu, umas às outras. Ela intui que um "Fio Condutor" as perpassa, liga e re-liga.

As estrelas que nos fascinam nas noites quentes do verão tropical, a floresta amazônica na sua majestade e imensidão, os grandes rios como o Amazonas chamado como razão de rio-mar, a profusão de vida nas campinas, o vozerio sinfônico dos pássaros na mata, a multiplicidade das culturas e dos rostos humanos, a misteriosidade dos olhos de um recém-nascido, o milagre do amor entre duas pessoas apaixonadas, tudo isso nos revela quão diverso e uno é o nosso mundo universo.

A este "Fio Condutor" os seres humanos chamaram por mil nomes, de Tao, de Shiva, de Alá, de Javé, de Olorum e de outros mais. Tudo se resume na palavra Deus. Quando se pronuncia com reverência este nome algo se move dentro do cérebro e do coração. Neurólogos e neurolinguistas identificaram o "ponto Deus" no cérebro. É aquele ponto que faz subir a frequência hertz dos neurônios como se tivesse recebido um impulso. Isto significa que no processo evolutivo surgiu um órgão interior pelo qual o ser humano capta a presença de Deus dentro do universo. Evidentemente, Deus não está apenas neste ponto do cérebro, mas em toda a vida e no inteiro universo. Entretanto, é a partir daquele ponto que nos habilitamos a captá-lo. Mais ainda. Somos capazes de dialogar com Ele, de elevar-lhe nossas súplicas, de render-lhe homenagem e de agradecer-lhe pelo dom da existência. Outras vezes, nada dizemos, apenas O sentimos silenciosos e contemplativos. É então que nosso coração se dilata às dimensões do universo e nos sentimos grandes como Deus ou percebemos que Deus se faz pequeno como nós. Trata-se de uma experiência de não-dualidade, de imersão no mistério sem nome, da fusão da amada com o Amado.

Espiritualidade não é apenas saber, mas, principalmente, poder sentir tais dimensões do humano radical. O efeito é uma profunda e suave paz, paz que vem do Profundo.

Desta paz espiritual a humanidade precisa com urgência. Ela é a fonte secreta que alimenta a paz cotidiana em todas as suas formas. Ela irrompe de dentro, irradia em todas as direções, qualifica as relações e toca o coração íntimo das pessoas de boa-vontade. Essa paz é feita de reverência, de respeito, de tolerância, de compreensão benevolente das limitações dos outros e da acolhida do Mistério do mundo. Ela alimenta o amor, o cuidado, a vontade de acolher e de ser acolhido, de compreender e de ser compreendido, de perdoar e de ser perdoado.

Num mundo conturbado como o nosso, nada há de mais sensato e nobre do que ancorar nossa busca da paz nesta dimensão espiritual.

Então a paz poderá florescer na Mãe Terra, na imensa comunidade de vida, nas relações entre as culturas e os povos e aquietará o coração humano, cansado de tanto buscar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Testemunho Missionário

Acompanhamos nestes dias a noticia do desaparecimento do jovem Pedro - Pedrão. Hoje tivemos noticias de que seu corpo foi encontrado nas águas do Rio Negro.
Postamos aqui sua carta de despedida quando partiu de São Paulo para São Gabriel da Caxoeira onde foi ser missionário.
Que fique para nós seu testemunho de jovem inquieto e que suscite mais e mais jovens com coragem de dizer todos os dias: "Eis-me aqui, Senhor! Envia-me"
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Nota de falecimento

É com pesar que informamos que o corpo de Pedro Yamaguchi Ferreira foi encontrado hoje (3), ao meio-dia (horário local), a cerca de 40 km de distância da cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM). Uma embarcação do Exército fez a localização.

Pedro estava em São Gabriel da Cachoeira desde fevereiro deste ano atuando como advogado da Pastoral Indigenista na diocese daquela cidade.

Na última terça-feira (1º), antes do almoço, Pedro, que tinha 27 anos, saiu para tomar um banho nas águas do Rio Negro, e não retornou para casa.

Acompanhe o discurso de Pedro, proferido na missa de sua despedida da capital paulista:

Queridos familiares, amigos e amigas.
Em primeiro lugar, quero dedicar essa missa a minha madrinha Glaucia, que nos deixou há uma semana. Tenho um sentimento de que ela vai olhar por nós e alegrar um pouco mais o céu. As maiores lembranças que tenho dela são o seu sorriso e sua luta pela causa ambiental. De alguma forma, sinto que posso dar seguimento ao que ela tanto ensinava como geografa e professora. Essa missa é em memoria dela.
Quero agradecer a cada um de vocês pela presença nesta noite, isso representa muito pra mim e me dá muita força para seguir a caminhada. Celebramos hoje, na Igreja da Boa Morte, a vida, a esperança de dias melhores.
Sei que não estamos reunidos esta noite por mim apenas: todos os que estão aqui querem um mundo melhor para si; para seus filhos. Todos queremos paz, alegrias, amizade, justiça. Este encontro serve para renovarmos nossos sonhos.
Agradeço de forma especial as pessoas que prepararam com tanto carinho essa missa: a Marcelo da Pastoral da Juventude, a Pe Valdir e dona Vera, a toda a comunidade alianca da Misericordia, nas pessoas de Pe Enrico e Antonelo, ao pessoal da banda e a todos e todas que permitiram que esta noite acontecesse. Pe Valdir, aliás, que foi o pai desta minha ideia de ir pra Amazânia. Desde fazer contato com o bispo de São Gabriel da Cachoeira, até falar com todos os padres e irmãs para que autorizassem meu envio. Muito obrigado por toda a ajuda, Pe Valdir.
Quero saudar meus amigos da alianca da misericórdia. Por ceder essa igreja, que é vossa casa.
Saibam que vocês têm enorme influência na minha vida e nessa minha decisão: desde o primeiro momento, quando conheci um montão de jovens que moravam na favela do moinho e faziam pastoral carcerária, logo fiquei encantado com o que vi.
Eram jovens dedicando suas vidas a melhorar a realidade dos mais marginalizados: os moradores de favelas e os encarcerados.
Nas muitas vezes que estive com eles, sempre me identifiquei com aquela vocação e sentia alguma coisa arder mais forte no meu peito. Sabia que faria algo parecido.
Vocês vivem a solidariedade na essência na palavra, vivem pela causa social com compromisso e verdade. Parabéns e muito obrigado pelo exemplo.
Quero abraçar todos meus familiares. Meus tios e tias, pais e mães pra mim, e meus irmãos. Meus primos e primas, que são meus outros irmãos e irmãs. Carrego voces no coração, assim como carrego a lembrança de meus quatro avós, os quais tive a enorme felicidade de conhecer e conviver. Sinto que eles estão comigo. Sempre os senti por perto e sei que eles nos protegem. Dedico também a eles minhas alegrias.
Brindo com todos meus amigos e amigas, da rua, de colégio, de faculdade, das lutas, da vida. Pela amizade e companheirismo. Obrigado por me ensinar. Espero que nossa amizade possa ser preservada e se fortalecer ainda mais, nos sentimentos de solidariedade com os outros, no amor pelo país, na luta por mais igualdade social, autonomia e liberdade das pessoas e tolerência com as diferenças. Tamo junto!
Aos amigos dos meus pais, que se tornaram meus amigos. Obrigado por todo exemplo de luta e dedicação a uma militância que exigiu muito tempo do lazer e conforto de vocês e de suas famílias. Carrego vocês comigo também! Muito obrigado pela presença.
Agradeço o carinho dos amigos de Carlos de Foucalt. Obrigado pela amizade e acolhida. Terei mais oportunidade de conhecer os ensinamentos de Foucalt. De alguma forma, já me sinto muito influenciado por essa espiritualidade, desde minha infância, através de meus pais, e agora, por todo esse processo da minha decisão, quando estive rodeado por vocês. Muito obrigado.
Quero agradecer, de forma muito especial aos meus queridos amigos e amigas companheiros de Pastoral Carcerária. Obrigado pela oportunidade que me deram, por confiarem e apostarem em mim. Pela amizade e paciência que tiveram comigo. E, sobretudo, pelo exemplo de fé e compromisso com a causa carcerária e humana. Vocês são verdadeiros guerreiros, pessoas iluminadas. Faltam palavras pra descrever tudo o que vivi nestes 3 anos de Pastoral. Quero, do fundo do coração, agradecer a oportunidade de ter compartilhado com vocês momentos dos quais nunca esquecerei. A presença missionária dentro da Pastoral influenciou a minha escolha. Carrego vocês, os presos e as presas, comigo. Que tenhamos dias melhores, em que nossa sociedade respeite os direitos dos cidadãos presos. Muito obrigado!
Aos meus queridos pais, também faltam palavras. Obrigado pelo exemplo, por nos ensinar a olhar pelo outro, a ter consciência do mundo em que vivemos, a lutar por nossos sonhos. Muito obrigado por serem parceiros comigo e com meus irmãos em nossas investidas, em nossos projetos.
Amo muito você, pai e você, mãe.
Aos meus queridos irmãos, todo meu amor e amizade. Vocês são pessoas especiais pra mim, trazem mais energia pra minha vida, são minha sustentação.
Espero estar tão perto de todos vocês mesmo estando longe. Carrego vocês nesta luta. Desde já peço perdão pelas vezes que precisarem de mim e que estarei ausente. Obrigado pelo apoio.
Essa minha decisão de viver essa experiência na Amazônia é fruto do convívio com a realidade dos cárceres e a realidade social em sua forma mais cruel, o lado B de nosso País: o País dos esquecidos, dos humilhados. Pude estar em contato com a miséria da miséria, a injustiça, a segregação social e racial, a dor, o esquecimento. Ter visto de perto situações desconhecidas pela maioria das pessoas, ter conhecido um País que ainda maltrata seus cidadãos, tudo isso me despertou pra necessidade de luta, de trabalho para a profunda transformação dessa realidade.
De forma geral, vejo os poderes de Estado ainda muito elististas. Não conhecem de verdade a realidade de seu povo, a pobreza, a falta de dignidade e cidadania que sofrem milhões de cidadãos, não conhecem os cárceres. Mantêm-se distantes daquilo que deveria ser a essência de seu trabalho: o bem comum do povo, sobretudo daquele que mais necessita das instituições para a garantia de seus direitos. Privilegiam o status, o poder, as facilidades materiais em detrimento dos direitos fundamentais das pessoas.
As leis, a Constituição Federal infelizmente não são as mesmas para todos. A justiça é justa para poucos. Os direitos de alguns são mais importantes que de outros. Lutar pela terra é crime. Mas não é crime a situação daquela pessoa que vive em condicoes sub-humanas nas favelas, sem dignidade nenhuma, sem comida. Furtar é crime. Mas não é crime quando o Estado amontoa milhares de presos e presas numa lata, os tortura impunemente, e viola todos seus direitos previstos nas leis. Temos dois Países: o País dos privilegiados, dos que têm acesso à riqueza, à cultura, ao lazer, aos bens materiais, às melhores oportunidades e o País dos esquecidos, que não têm direitos, não têm oportunidades, e ainda são criminalizados.
Devemos mudar, acredito que estamos avançando, mas é preciso muito mais, não podemos permitir retrocessos nas conquistas dos direitos.
Precisamos acabar com a segregação racial. Vejamos os direitos dos índios, como têm dificuldade para ser implementados. Vejamos a diferença entre os salários de negros e brancos. Vejamos os preconceitos que os nordestinos ainda sofrem no sul. A discriminação que sofrem as mulheres. Isso tudo ainda existe, é verdade, tristemente sentido no cotidiano.
Somos um País extremamente desigual na distribuição de renda. Somos top 10 no ranking de desigualdade. Num país com 200 milhões de habitantes, os 10% mais ricos detêm 50% da riqueza. Os 10% mais pobres, apenas 1% dessa riqueza. Os moradores de favelas pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos.
4 milhões de famílias no Brasil precisam bos benefícios de uma reforma agrária. Sem contar outros milhões que vivem em condicoes sub-humanas e que precisam de mudanças.
Nosso mundo tem 1 bilhão de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, com menos de 2 dólares por dia. No Brasil, são 7,5 milhões de pessoas que vivem na linha da pobreza.
Para mudar essa realidade, precisamos democratizar cada dia mais o poder econômico e o poder político. Não permitir que o capital econômico mande nas políticas dos países, em detrimento das conquistas e avanços sociais.
Não dá para ficarmos tranquilos diante de tanta injustiça. Porque preferimos a anestesia à luta? Porque não deixemos de lado um pouco nosso conforto para pensarmos e agirmos por uma sociedade melhor?
Viajo para a Amazônia para colaborar, como cidadão e advogado, com as comunidades ribeirinhas, os índios, a questão ambiental. A discussão que está em voga hoje é a ambiental e, realmente, ela se faz necessária e urgente.
A natureza cada vez mostra com mais forças seu poder e sua revolta contra o que fazemos com ela. Utilizamo-la com interesse econômico e sem preocupação com os demais seres que nela vivem. Não nos preocupamos com o amanhã. E ela não está feliz com isso. Lembremos dos tsunamis, dos furacões, dos terremotos, dos deslizamentos.
Olhemos para nossa cidade de São Paulo, nesse mês de janeiro, o tanto que choveu. Os estragos das chuvas nos lugares mais precários. Infelizmente os efeitos climáticos atingem de forma pior os mais pobres, os que moram em áreas de risco, nas beiras dos rios.
Insistimos em desmatar nossas florestas. Somos o 5º pais no mundo que emite mais gases poluentes e 75% desses gases vêm do desmatamento. Matamos nossa floresta para alimentar o mercado externo, americano e europeu. Faz sentido isso?
Do que adianta exercitarmos uma consciência ecológica se não questionamos nosso próprio anseio consumista que desgasta a capacidade da natureza e acelera a degradação do meio ambiente? Devemos exigir de nos sacrifícios pelo bem da sobrevivência da natureza e nossa também.
Apenas para exemplificar, com situações cotidianas: será que precisamos ter 50 pares de sapatos em nossos armários? Dezenas de peças de roupas que depois ficam armazenadas? Será que todos precisamos de carro em detrimento do transporte público? Precisamos tomar duas vezes ao dia banhos de 30 minutos? Devemos pensar que nosso padrão de consumo gera desigualdades e agride a natureza, e é preciso abdicar desse modelo.
Sinto nessa minha escolha um pouco de negação, ainda que temporária, do modelo civilizatório ocidental consumista e destrutivo em que vivemos – e, pior, que achamos bom. Desejo buscar na natureza, com os índios, valores humanos que se sobreponham às ilusões da civilização.
Penso que, diante de toda a realidade miserável que pude ver, não posso ficar inerte, tocando minha vida como se a vida do outro nada tivesse a ver com a minha. Me sinto na obrigação de colaborar com nosso povo.
Não é preciso ir até a Amazônia para mudar essa realidade social brasileira. A cidade de SP está cheia de problemas a serem resolvidos, e todos vocês podem colaborar para mudar essa situação. Visitem a favela do moinho, o jardim pantanal, uma unidade prisional. Certamente lá existem muitos problemas e as pessoas precisam de ajuda!
Mas, nem só de lutas vive o homem. Quero viver, escrever uma gostosa poesia de minha vida. Poder respirar um ar puro, contemplar a mata e os animais, estar em contato com culturas diferentes, jogar mais futebol, estar no paraíso natural. Como diz a poesia do sambista Candeia, cantada na voz de Cartola: “deixe-me ir, preciso andar, vou por ai a procurar, sorrir pra nao chorar. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas do rio correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver”.
Para terminar, dois lindos poemas do nosso querido dom Pedro Casaldaliga, grande figura que me inspirou profundamente e a quem tive a enorme felicidade e privilégio de conhecer em São Felix do Araguaia:

"Pobreza Evangélica

Não ter nada.
não carregar nada.
não poder nada.
e, de passagem, não matar nada;
não calar nada.
Somente o Evangelho, como uma faca afilada,
e o pranto e o riso no olhar,
e a mão estendida e apertada,
e a vida, a cavalo, dai.
E este sol e estes rios e esta terra comprada,
para testemunhas da revolução ja estourada.
E mais nada.

Epilogo Aberto

Atenho-me ao dito:
A justiça,
apesar da lei e do costume,
apesar do dinheiro e da esmola.

A humildade,
para ser eu mesmo, verdadeiro.

A liberdade
para ser homem.
E a pobreza
para ser livre.
A fé, cristã,
para andar de noite,
e, acima de tudo, para andar de dia.

E, seja como for, irmaos,
eu me atenho ao dito:
a Esperança."

Deixo aqui um convite para que todos venham visitar a Amazônia. Para quem quiser conhecer o paraíso. Não se arrependerão. As portas lá sempre estarão abertas a vocês. Espero vocês numa visita.
Muito obrigado por virem, quero dar um abraço em cada um de vocês!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Testemunho

O texto do Hilario ja trouxe algumas reações e partilho especialmente a do Felipe da Silva Freitas que é o jovem responsável pela Campanha Nacional contra o exterminio de jovens.

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Amado Hilário,

A profecia de suas palavras chegaram ao meu ouvido. Seu compromisso juvenil, marcado com o fogo revolucionário do espírito, inspiraram-lhe a romper o silêncio nefasto que, muitas vezes, ameaça a vida e a dignidade da nossa juventude. Você me encheu de esperança com seu texto!

Concordando com tudo o que apresentas em tua reflexão, fico a pensar ainda no quanto temos deixado morrer nossos grandes acúmulos no que tange a evangelização da juventude. Como é grave a falta de assessoria. Falta assessor(a) jovem, falta assessor(a) adulto(a), falta assessor(a) religioso(a), enfim, é uma carência que ameaça a sobrevivência de grupos e deixa sem apoio dezenas e dezenas de jovens que, antes organizados(as) em grupos de base, agora vagueiam entre as várias "castas eclesiais" em expressões religiosas que respeito mas que, sob nenhuma hipótese, podem ser chamadas de pastorais da juventude ou de células de base do processo de educação na fé, como antes vinhamos lhe batizando.

Ora, como vamos refletir sobre tudo isso num contexto de Congresso Latino Americano? Como pensar a evangelização e os frutos no pós-Documento 85? Como avaliar os impactos da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens na perspectiva de denunciar a morte, defender a vida e apresentar propostas concretas de fortalecimento do tecido social na perspectiva do empoderamento juvenil e na construção da política como alternativa social num contexto violento e desumanizador?

Fico com todas essas questões divagantes em minha cabeça e em meu coração.

Na coordenação da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens pude rodar o Brasil no ano passado conhecendo espaços importantes da articulação da evangelização da juventude. Tal experiência, se por um lado me encheu de esperança no sentido de ver a criatividade e as multiplas formas organizativas que a juventude vai fazendo na base, por outro, me entristeceu, na medida em que violentamente me indicou que nós, Pastorais, Centros e Igreja de um modo geral, temos sido incapazes de recepcionar toda a criatividade e a esperança juvenil lançadas no mundo como sementes do reino.

Nossa capacidade de articular, de organizar, de sistematizar, de pôr em intercâmbio as experiências está muito, muito aquém da velocidade e das demandas que a juventude cotidianamente apresenta e aí, temos um verdadeiro descolamento entre os interesses da juventude empobrecida, de quem nós enunciamo-nos como parceiros, e os discursos das lideranças politizadas ou dos assessores(as) bem formados(as), muitas das vezes senhores de suas próprias razões e não missionários de uma evangelização popular.

A notícia do fechamento do IPJ - RS chega a mim dentro desta conjuntura de profundo assombro perante uma crise séria. Não conheço exatamente as articulações e as histórias do IPJ RS para poder sobre este fato específico tecer comentários maiores. Contudo, posso sobre esse episódio específico lançar duas posições uma a título de depoimento e outra a título de reflexão:

1) Mesmo nunca tendo pisado na sede do IPJ RS e nunca tendo tido qualquer contato direto com este Instituto também me sinto de certo modo filho do IPJ RS assim como somos filhos e filhas desses Instituto as centenas e centenas de jovens, que, em todo o país, aguardaram ansiosos a cada novo material, a cada fita VHS, a cada panfleto ou jornal que, do sul, era distribuido nos encontros nacionais e rodavam o país como instrumento de formação de grupos de jovens.

Como muitos e muitas fui formado pelo material das atividades permanentes, pelas cartilhas da CAJU, pelos jornais Mundo Jovem, e, entre outros subsídios pelo FASCINANTE E AINDA ATUAL "Caminhando e Crescendo".

Saber desta triste notícia sobre o IPJ RS é, de algum modo, saber que parte da nossa história (da juventude católica) está sendo arrancada de sua casa.

2) Uma segunda questão é um tentar inserir este fato no contexto, pois, como você mesmo nos ensina todo dia, grande Hilário, não tem texto sem contexto.

Ora, porque as crises financeiras, de recursos humanos, de apoio logístico atingem apenas, ou, principalmente, a nós? Porque, num momento em que a "questão juvenil" encontra-se tão em alta uma organização pioneira nesse debate entra em colapso? Porque faltam vozes como a de Hilário para bradar questionando o silêncio ante a crise nesta bela experiência intercongregacional?

A resposta a estas perguntas e às outras que antes formulei talvez estejam na necessidade de recomeçarmos alguns caminhos em defesa de velhos princípios. Educação Popular, Metodologia de Base, Apoio às pequenas organizações, Evangelização Inculturada, Celebrações Fé e Vida, são bandeiras que precisam ser reerguidas a partir dos novos desafios do século XXI.

Nas minhas andanças na Coordenação Nacional da Campanha contra Violência e o Extermínio de Jovens senti (tenho sentido) a solidão como um grande desafio. A falta de estrutura para as pastorais, os problemas de comunicação entre as lideranças nacionais, a falta de assessoria na base e a insuficiência de espaços para a formulação acadêmica e política sobre juventude dentro da Igreja. Quanto nós, jovens da Igreja, temos sofrido com essas faltas todas.

Como depoimento, devo dizer que tem sido sofrida a tarefa de atuar na coordenação nacional sem que exista, por parte da Igreja, um aparato suficientemente forte (como de certo modo vimos criando nos últimos 30 anos, o IPJ RS é só um exemplo disso) capaz de acolher as necessidades, sonhos, projetos e utopias juvenis. Repito, a Igreja não tem sido boa acolhedora da ousadia juvenil.

Quando a Igreja não nos apequena no sentido de pedir-nos paciência, calma, tolerância, ou, em várias outras palavras, menos profecia e mais conservação e tem nos relegado uma condição de certo abandono, pois, depois de formar-nos e permitir que sonhemos muito e muito alto não nos dá o aparato necessário para continuar a crescer e aí o sentimento é de abandono, frustração e isolamento (confesso que me sinto um pouco assim).

"Cria-se um filho para depois matá-lo"

Óbvio, não quero negar o quanto a Igreja para mim é decisiva no meu processo de descoberta pessoal e comunitária, na construção de laços sociais profundos, no enrriquecimento do meus conhecimentos e na minha formação acadêmica e política, sem falar na sólida base moral e nas efetivas oportunidades de vivência comunitária e de experiência democrática. Contudo, parece que a "corda que nos foi dada" uma hora será puxada para que regressemos ao estreito limite do terreiro e aí, quando "puxam a corda" colocam-nos diante de uma difícil questão: rompê-la, e por conseguinte abandonar a experiência pastoral, como é a opção de muitos companheiros; ficar com a corda esticada apertando o pescoço e sofrendo com a solidão e o abandono; ou, regressar e acomodar-se no pequeno campo estabelecido abandonando qualquer turbulência em relação ao poder institucional.

Me parece que esta imagem representa bem o momento em que temos vivido.

Assim, solidarizo-me à sua angústia e aos seus questionamentos, amado Hilário, e digo-lhe que me alimento da sua utopia que é também a do próprio Cristo e de tantas e tantos amantes da juventude como fora o também querido Pe. Gigi de quem este mês celebramos a Páscoa.

Encerro com a esperança dos Cristão e Cristãs que, em meio a morte, afirmam a vida como insistência insubordinada que persiste nos meios mais adversos. Que venha o Congresso Latino e nos permita sempre sonha como o novo céu e uma nova terra....

Abraços, cheiros, beijos e carinhos,

Felipe

Contradições

Amigos e amigas:
E iniciando partilho com voces este texto que recebi de um amigo querido, pe. Hilário Dick e que nos alerta para uma realidade complexa, mas que precisamos tomar conhecimeto.
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ESTATELAMENTO DO IPJ/RS
e os/as religiosos/as com isso?
Hilário Dick
Um apelo à CRB do Rio Grande do Sul e do Brasil
fazendo memória do P. Gisley Azevedo - estigmatino

Gostaríamos tanto de falar de tudo que os/as religiosos/as já fizeram e fazem pela juventude, no Brasil e na América Latina, mas agora precisamos falar outras coisas porque não é hora de ficar calado. Escrevemos depois de saber do 7º padre morto, no ano de 2010, por causa da juventude e, dentre eles, o P. Gisley Azevedo , o único religioso entre os sete e que foi assassinado com três tiros na cabeça, em Brazlândia. Nossa indignação e nossa reflexão se orientam, de modo especial, para os que fazem parte da Vida Religiosa e vamos ater-nos a quatro aspectos. Sabemos que não são palavras fáceis nem agradáveis. Mesmo que a resposta seja o silêncio, leia quem quiser ler e discuta quem quiser discutir e melhorar a situação.

1. ESCÂNDALO OU COVARDIA DOS RELIGIOSOS?

Os 30 anos do IPJ, com sede, primeiramente, em Porto Alegre e, depois, no bairro Niterói, em Canoas/RS, vão ser festejados com um triste fechar de portas, pelas mesmas Congregações que, um dia, se alegraram com o seu nascimento. Muito triste porque os 30 anos, de tantos serviços à juventude, parecem ter-se tornado uma memória que precisa ser esquecida. Cria-se um filho para matá-lo depois. Assim como aconteceu com a Ação Católica e quase está acontecendo com a Pastoral da Juventude.

A dúvida é se isso (o fechamento do IPJ/RS) é um escândalo ou se é uma covardia. Desde seu início, em 18 de janeiro de 1980, o IPJ foi um serviço dos religiosos do Sul 3 à Igreja do Rio Grande do Sul para a evangelização da juventude. Comandavam-no três objetivos: formação, assessoria e pesquisa. Quantos cursos, seminários e retiros; quantas viagens pelas dioceses; quantas publicações, servindo de alimento para adultos e jovens; quanta alegria e quanta descoberta! Até no campo da pesquisa e da produção, como se trabalhou... Era um serviço de uma inter-congregacionalidade visitado e admirado por vários/as Superiores/as Gerais, pondo-se a serviço da evangelização da juventude. Mesmo com algumas dificuldades, funcionou durante 30 anos. O que aconteceu? Se o IPJ perdeu sua atualidade, saber-se-ia dizer alguma razão ou é, tristemente, a mudança de um cenário de Igreja? Falta de recursos financeiros? Falta de recursos humanos? Se a resposta for financeira, é um escândalo porque todos sabem que isso não é verdade e todos sabem que trabalhar com jovens nunca deu lucro; se a resposta for falta de recursos humanos é uma covardia descarada porque todos sabem que existem agentes (leigos e religiosos), preparados, com vontade doida de dedicar-se a este serviço, com uma remuneração digna. Se a motivação é ideológica ou de cenário de Igreja, a covardia e o escândalo se tornam mais sérios porque isso não se confessa. Isso se faz, mesmo que na surdina.

Se lermos o documento 85 da CNBB – Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais, vamos descobrir que, fora aquilo que se refere ao “Setor”, lá se encontra formalizado o que o IPJ/RS, em comunhão com a Igreja e a Pastoral da Juventude da América Latina, sempre defendia. Além dos variados serviços prestados, não foi com a ajuda do IPJ que também se iniciou, no Brasil, o primeiro dos Cursos de Pós-Graduação em Juventude, fazendo que a juventude se tornasse um assunto encarado com mais cientificidade? Mais ainda: um dos objetivos do IPJ não era exatamente o estudo e a pesquisa da realidade juvenil? Há, contudo, religiosos/as que afirmam que um IPJ não precisa de pesquisa... Motivo de escândalo e de covardia é uma Conferência de Religiosos, ou uma parte dela, confessar que não está em condições de manter viva uma obra com os objetivos do IPJ/RS. O que parece ter acontecido é que terminou nela, numa parte da Vida Religiosa, o encanto pela juventude... Não falamos da juventude que está sob as asas das Congregações, principalmente em seus colégios; falamos dos milhares de grupos de jovens espalhados pelas paróquias e dioceses que não podem contar com o apoio das famílias de religiosos/as que dizem ter, como carisma, o trabalho com a juventude. Não ter olhos para esta realidade é escândalo e covardia. E é por aí que o IPJ prestava seu serviço nem sempre acolhido por autoridades, mas sempre agradecido pelos jovens, isto é, pelas juventudes vivendo sob as asas das paróquias, dioceses e regionais, muitas vezes necessitadas de apoios humanos e financeiros. Eram os religiosos/as servindo uma Igreja que ia além das “nossas obras”. Daí o escândalo e a covardia.

2. CAMPANHA CONTRA O EXTERMÍNIO

Os 30 anos do IPJ, com sede, primeiramente, em Porto Alegre e, depois, no bairro Niterói, em Canoas, vão ser festejados com um triste fechar de portas, pelas mesmas Congregações que, um dia, se alegraram com o seu nascimento. Muito triste porque os 30 anos, de tantos serviços à juventude, parecem ter-se tornado uma memória que precisa ser esquecida .

Como é lastimável dar-nos conta que, enquanto se fecham as portas deste IPJ, a juventude da Igreja e, também, a juventude fora da Igreja está empenhada numa Campanha inusitada: a Campanha contra a violência e o extermínio de jovens, procurando fazer ouvir o grito A Juventude quer viver”. Em vez de procurar o encanto pela juventude e ser fiel ao carisma de trabalho com a juventude, religiosos/as decidem o extermínio de uma obra onde o coração, há 30 anos, era a juventude. Não se está fechando uma paróquia; não se está fechando um colégio; está-se fechando uma obra cuja alegria era colaborar teológica e pedagogicamente na construção do empoderamento juvenil para jovens que vinham de colégios públicos, de periferias e interiores pobres, de paróquias e dioceses necessitadas, alegrando-se e servindo-se de uma instituição mantida por religiosos/as que amavam a juventude sem esperar lucros a não ser os lucros que significam os valores de personalidades ajudadas em sua descoberta do sentido da vida. Vão dizer que a comparação com o “extermínio” é apelativa, mas perguntem ao coração da juventude que precisava disso se ela vão dizer o mesmo. Perguntem por quanto tempo tudo aquilo que significava “IPJ”, em 2006, além de não saber para onde ir, ficou na poeira dos corredores por vários meses porque era urgente que o Curso de “Design” tivesse uma moradia em Porto Alegre... Sabemos que a juventude de “nossos” colégios não precisava dessa obra; mas trata-se de uma minoria, nem sempre a mais pobre, que tem ginásio coberto, computador, colégios limpos, piscina etc. para atrair alunos, mas não sabemos se é isso que eles (os adolescentes e jovens) querem no mais profundo deles. Por isso, a desconfiança do atendimento que se dá a eles... Quantos educadores de “nossas” instituições estudam juventude? É que já sabemos tudo e basta viver o dia a dia. Por que estudos mais especializados?Não adianta de nada... Sabemos que não é esse o discurso de todos, mas ele é real. Por isso insistimos no “extermínio”. Acabar com o IPJ é uma forma de exterminar a juventude, tirando dela mais um espaço de vida, partilha e acompanhamento.

3. A PREOCUPAÇÃO TRISTE PELO ESPÓLIO

Pensando no estatelamento do IPJ a preocupação é a biblioteca, o banco de dados, a memória histórica e tantas outras coisas que o IPJ foi adquirindo nos 30 anos. A imagem que nos vem à cabeça está em João 19,23-24: Quando crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dele em quatro partes. Uma parte para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita de uma peça única, de cima até embaixo. Então eles combinaram: “Não vamos repartir a túnica. Vamos tirar a sorte, para ver com quem fica”. Em nosso caso, parece que a túnica ficou com a CNBB, embora alguns “soldados” tenham demonstrado interesse por alguns objetos... Isso não significa que seja algo ruim, mas nos preocupa.

Um aspecto que faz entristecer é que o responsável pelo imóvel alugado, vendo a situação de dificuldades financeiras, não foi nem ouvido quando dizia e pedia que o IPJ ficasse ali, mesmo só pagando, como aluguel, um preço simbólico de uma coisa de nada. Não! A sorte do extermínio já estava lançada, seguida até de uma ameaça: Por favor, não fiquem pensando em lançar ao mundo a memória dos 30 anos... Atitudes desse tipo parece que expressam vergonha de tudo que se fez.


4. LONGE DA JUVENTUDE

São gestos como este do “estatelamento” que confirmam os levantamentos que existem, no momento, sobre a distância dos religiosos/as da juventude. Há alguns anos atrás, quando se viam sacerdotes, religiosos e religiosas participando das movimentações de jovens em Assembléias, em Encontros Regionais com mais de 45 mil jovens e outros eventos juvenis da Igreja, quando você entrava nos seminários e perguntava aos seminaristas e vocacionadas/os onde aprenderam a ter vontade de ser religioso/a ou padre a resposta era: no meu grupo de jovens. A juventude dos grupos de hoje que diga o que eles enxergam... Que se escutem, também, tantos jovens religiosos/as que gostariam de ser tratados/as como jovens e trabalhar com juventude, mas são levados a trabalhar numa Pastoral Vocacional que, muitas vezes, não tem nada a ver com juventude... Pode ser, até, um discurso exagerado, mas que é uma realidade é; só não aceita quem enterra a cabeça na areia para não ver. Até poderíamos atrever-nos a perguntar pelos sonhos com a juventude e pela evangelização da juventude que tiveram os responsáveis pelo IPJ nos últimos anos. Sabemos que generalizar essa afirmação é perigoso, mas sabemos que se lá estivesse um grupo preocupado, de fato, com a boa notícia para a juventude, ter-se-iam encontrado soluções para as dificuldades que não faltam em qualquer parte. Uma preocupação que surge no horizonte é que as diferentes comunidades religiosas parece que se esqueceram que são da Igreja e se estão fechando na formação de juventudes segundo os diversos carismas, sem muita preocupação com um trabalho orgânico com aquilo que são as Pastorais de Juventude. Não negamos que isso seja um direito e, até, uma obrigação. O que condena essa atitude para a frustração é deixar de lado a preocupação e a convicção que tudo isso tem sentido numa decidida inserção orgânica na vida eclesial.

CONCLUSÃO

Se quisermos sobreviver como religiosos/as e sermos, dentro e fora da Igreja, uma manifestação da profecia embutida em nosso carismas, não há outra saída do que o re-encanto pela juventude. Temos o dever de amar a juventude. Mais, até, do que encantar-nos, precisamos deixar-nos seduzir pela realidade teológica escondida na juventude como semente oculta do Verbo. É uma forma de escaparmos de uma esterilidade que perdeu a alegria da novidade.

Gostaríamos de não ficarmos somente neste discurso de indignação. Gostaríamos que estas linhas gerassem algo dentro de nós, nos inquietasse e nos incomodasse a fazer algo diferente, mas em prol de toda a juventude. Gostaríamos muito que nos consultassem sobre o novo serviço que – pelo que parece - pensa ser construído. As necessidades são muitas, mas não nos esqueçamos da juventude que mais deseja e mais precisa.

Iniciando

Boa Noite amigos e amigas.

Hoje descobri que desde 2004 tenho este blog, mas nem me lebrava mais de sua existencia. Estive pensando em partilhar aqui minha experiencia em assessoria na Pastoral da Juventude, ligada a Igreja Católica. Muitas pessoas escrevem ou dão sugestão de publicar os susbidios que tenho sobre a assessoria na PJ. Eu tenho desenvolvido este ministerio desde o ano de 1984.

Creio que posso contrubuir com o que tenho acumulado em experiencia, seja respondendo a questões relacionadas a PJ ou mesmo com subsidios que tenho arquivado. Espero com isto poder contribuir com a evangelização da juventude na realidade atual. Abraços, Onivaldo